Perfis atentos

Que a moral da mídia hoje é o consumo, já não é novidade pra ninguém. Com o mundo de possibilidades abertas pela internet, fica cada dia mais claro que a lógica do mercado se apodera dos meios de comunicação e cria neles um novo modelo de ação, baseado em compra e venda de informação.  A chave dessa associação entre comunicação e mercado está na ‘atenção’. A mídia chama a atenção para o produto ou para o conhecimento e o ciclo do capitalismo vai girando. 

O que passa a acontecer agora é a projeção dessa idéia para uma atenção voltada para o sujeito que se coloca ‘com corpo e alma’ na rede. “Chamar a atenção, atrair e manter sobre si mesmo o olhar do outro, converte-se em valor moral” (Antropológica do espelho, Muniz Sodré). 

A-ha! Começo a entender o vício constante das minhas amigas pelas atualizações dos perfis no orkut. É a lógica da atenção comandando esses corpinhos que se projetam na internet. Quanto mais visualizações diferentes, comentários sobre a foto do perfil, a frase, a condição sexual, se está solteira ou namorando, maior é a euforia e a realização de ter ‘olhos’ sobre si, ou sobre o seu perfil, maior é a sensação de influência sobre os outros e significancia dentro da rede. 

Você já chamou a atenção hoje? Altere uma palavra no seu perfil e veja o que acontece…

Atenções para Obama

Uma das lógicas que rege a rede hoje é a da atenção. Quanto mais atenção, mais links, mais credibilidade.

Achei uma pesquisa interessante quando estava lendo alguns blogs sobre a eleição americana. Um instituto de pesquisa divulgou nessa semana dados relativos aos níveis de atenção a Obama e McCain nas redes sociais como o Facebook, MySpace e Youtube. Em todos eles, Obama ganhou em disparada com o número de acessos e apoiadores. Para conferir os dados, entrem aqui.

Eu não duvido que a rede tenha dado uma ‘mãozinha’ nessa vitória.

O Radiohead também fez uma ‘reforma’ na música Harrowdown Hill para comemorar a eleição histórica do primeiro presidente negro norte-americano. É uma dica pra quem gosta da banda.

E que toda essa credibilidade dada a Obama, não só na rede, resulte em bons frutos…e frutos globalizados!

Abs